A força ancestral e moderna de Max Cavalera em novo álbum do Soulfly

Max Cavalera segue sendo um dos pilares do metal — tanto do passado quanto do presente — e “Chama”, novo álbum do Soulfly, é a mais pura materialização dessa força criativa inabalável. O disco funciona como uma amálgama entre as várias fases da carreira de Max, condensando o peso tribal e percussivo dos primórdios do Soulfly, as raízes rítmicas que remontam ao Sepultura, e uma visão voltada ao futuro, marcada por texturas e ambiências próprias do metal moderno.

Produzido em parceria entre Zyon Cavalera (baterista da banda e filho de Max) e Arthur Rizk — que já havia trabalhado com o grupo em Totem (2022) —, o álbum é coeso, intenso e visceral. A produção privilegia a organicidade das gravações, mantendo o espírito selvagem que sempre definiu a obra de Cavalera, mas com um refinamento sonoro que revela o olhar contemporâneo de Rizk.

“Chama” ainda se fortalece com participações especiais que ampliam seu espectro sonoro. Dino Cazares (Fear Factory), Gabriel Franco (Unto Others) e Ben Cook (No Warning) somam forças no single — e ponto alto do álbum — “No Pain = No Power”, uma descarga de energia que sintetiza o vigor do Soulfly atual. O disco também conta com a guitarra de Michael Amott (Arch Enemy) em “Ghenna” e os vocais de Todd Jones (Nails) em “Nihilist”, faixas que reforçam o caráter colaborativo e expansivo do projeto.

Nas letras, Max segue fiel a si mesmo. As canções são puro suco de Cavalera, abordando as dores do mundo, a ancestralidade indígena, a resistência e a luta pela sobrevivência em meio ao colapso global.

Com “Chama”, o Soulfly entrega um dos seus melhores trabalhos em anos, reafirmando que a chama criativa de Max Cavalera segue acesa — e, ao que tudo indica, ainda tem muito combustível pela frente.

Ouça: "Storm The Gates", "Nihilist", "Favela/Dystopia", "Ghenna", "Always Was, Always Will Be..."