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Foto do escritorBruno Lisboa

Camila Menezes (Dolores 602) lança seu primeiro álbum solo



"Eu quero é ser feliz um segundo a mais", são os votos da faixa que abre Linhas Imaginárias, álbum solo da cantora, compositora e multi-instrumentista, Camila Menezes. O trabalho chega dia 29 de setembro em todas as plataformas digitais. Com mais de cinco discos lançados com seus projetos coletivos Dolores 602, Tutu com Tacacá e o coral Olhos da Luz, Camila se prepara para lançar seu primeiro vôo solo. Seu novo trabalho inclui letras em espanhol, inglês e francês, e vem traçando histórias e narrativas que partem de "um brasilzão" – conforme ela gosta de afirmar – e vão além, conectando para fora das fronteiras da língua portuguesa, através de linhas imaginárias – não à toa o nome do álbum.

Multi-instrumentista, compositora, arranjadora, maestrina e produtora musical, Camila se dedicou em todas as etapas da confecção do álbum, da composição à edição, passando pelos arranjos e gravações, em um processo que durou exatamente um ano. A relação de Camila com a música é de muita intimidade. E, sendo assim, os diversos instrumentos que toca – baixo, violão, ukulele, sintetizadores, viola caipira – são como extensões de seu corpo, em uma fluência tão singela quanto virtuosa. Vide a balada Mi guitarra y yo, sexta do disco, que partilha da relação da artista com seu instrumento original, o violão. "Sagradas cuerdas que me sienten, donde derramo el corazón", diz parte da letra. E foi a partir da dança de experimentar instrumentos e sonoridades diversas que o improvável aconteceu, e a artista uniu dois universos aparentemente distantes, mas que já estavam ressoando em sua subjetividade criativa: o caipira e o eletrônico. E é esse mix de estilos que acompanha a jornada de escutar Linhas Imaginárias. O disco começa com a sensível "A saga de um homem que se cansou de ser só", que conta a história de um homem que cansou da árida solidão e abriu seu coração. A faixa ganhou um clipe com direção de Bruna Brunu, com lançamento previsto para 29 de setembro. "Muitas vezes a gente tira do outro a possibilidade de doar algo porque a gente não se permite receber. E isso foi algo que eu aprendi. E eu recebo com maior alegria", afirma a artista sobre a faixa. "La Danse D’amour", a sétima do disco, é dessas músicas que você escuta e parece que você já conhecia antes. É como escutar uma recém-descoberta música de Françoise Hardy. E a beleza dessa faixa brinca com a beleza da língua francesa, sem se esconder atrás dela: não é (apenas) a sonoridade francesa que carrega o charme da canção, mas sua mensagem de sensibilidade e erotismo: "se você olha para mim, meus olhos te beijam, eles fazem pequenas carícias em sua pele tão macia / dance a dança do amor, não pense no futuro, não desperdice seu mel." Em "Samba da paz", o coro entoado por sua família diz: "eu sambo é pela paz, não quero o desamor, eu luto é por quem faz o mundo acolhedor". Já uma parte da letra de "Um Pacto" afirma: "Faço um pacto bem devagar conectando tudo o que há como sementes de amor". E eis a matéria prima da música de Camila: o sentimento. Com melodias que tocam fundo e emocionam, ela propõe música que não só é divina em seu "como", mas também em seu "o quê", trazendo letras inspiradoras, até mesmo sublimes. "Um Pacto é uma canção que eu fiz à meia-noite, a partir de um desabafo com uma amiga sobre as angústias da pandemia e também de uma vontade muito grande de compor e produzir música a partir de uma brasilidade do interior do país. O resultado foi uma mistura de xote com reggae, com sonoridade mais nordestina", conta. Da primeira à última – "Born to be free", que encerra o disco com uma mensagem simbólica, passando pelo afrobeat instrumental Horizonte e pela rasgante Sem Lugar – Linhas Imaginárias propõe um som inédito, ensolarado e encantado, que, de maneira tão despretensiosa quanto cativante, te captura e te eleva, em uma pulsão por viver.


Linhas Imaginárias está disponível em todas as plataformas de streaming.

Foto: Bruna Brunu

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