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Foto do escritorAlexandre Biciati

Congadar Lança Novo Single com Homenagem à Ancestralidade

Fotos: Alexandre Biciati


Do encontro do congado com o rock nasceu o Congadar. A banda tem dois discos lançados, Retirante (2019) e Chora N’goma (2022), e participou de diversos festivais de grande porte, como o Forró da Lua Cheia (Altinópolis/SP), Timbre (Uberlândia/MG), MARTE e Festival de Inverno em Ouro Preto (MG), Ciclo de Cultura Tradicional em Franca (SP), realizado pelo Governo do Estado de SP, além de se apresentar junto com o Boogarins na programação oficial de reabertura da Autêntica (BH), uma das principais casas de show do país. Além de Saúva e Giuliano, o grupo conta com Filipe Eltão e Wesley Pelé nas caixas e voz, Marcão Avellar no baixo e Sérgio DT na bateria.


Foto: Divulgação

A resistência negra é uma marca no trabalho da banda. O repertório valoriza o congado mineiro, manifestação cultural que permanece viva em diversas comunidades espalhadas por MG. As músicas nasceram a partir da releitura de marchas do Congado mineiro, além de composições próprias, também inspiradas na cultura popular do estado.



Tranças Nagô

Muito mais do que apenas um penteado afro, as tranças Nagô carregam junto a ancestralidade e a resistência. Arte milenar, na cultura africana as linhas traçadas nas cabeças podiam identificar tribos, origem, estado civil, religião, dentre outras identidades culturais. E no período de escravidão foi usada também para libertar seu povo. Conta que muitos dos penteados ilustravam rotas de fugas para os quilombos, de forma que aqueles que lutavam pela liberdade, tinha traçado na cabeça um mapa de saídas e caminhos para fugir do cativeiro.



Dessa história de luta e resistência nasceu a nova música do Congadar. Tranças Nagô é uma homenagem à ancestralidade e será lançado dia 14 de abril em todas as plataformas digitais. A música, uma parceria da banda com o músico e ator Rafa Martins, também traz elementos do Candomblé com citações a Orixás. Diferente de Chora N’goma, segundo disco do grupo que trouxe a releitura de 10 tradicionais canções do congado mineiro, esse novo material é todo autoral. “Enquanto fazíamos o Chora N’goma já estávamos conversando sobre esse disco. A gente queria aprofundar ainda mais na ancestralidade”, explica Carlos Saúva, vocalista da banda. O EP será lançado em maio, um ano depois do lançamento do segundo disco. Junto com o single, a banda lança o Lyric Video.



Processo Analógico

O novo material foi gravado no primeiro final de semana de fevereiro no estúdio ForestLab, do Lisciel Franco. Ele é conhecido por retomar o processo de gravação totalmente analógico e em fita, como eram feitas as gravações até a década de 1990, antes da invasão digital nos estúdios. “Estávamos procurando uma sonoridade nossa, mais orgânica, que casasse melhor com a questão das caixas de congado (nome dado aos tambores no congado). Então decidimos fazer essa experiência com o Lisciel e adoramos o resultado”, avalia o guitarrista Giuliano Fernandes, que também assina a produção musical.



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