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Foto do escritorBruno Lisboa

Djonga representa o rap na semana de aniversário d'A Autêntica

Celebrando um ano em nova residência, A Autêntica se consolidou como um dos espaço mais importantes para veiculação e propagação da música autoral do nosso país, em suas mais variadas vertentes. Desde a sua gênese, a casa tem sido lugar para manifestações musicais diversas, indo do forró ao metal, passando pelo indie, a mpb e o rock. Com programação intensa, o palco da Autêntica recebe de braços abertos tanto artistas da velha guarda quanto novos artistas.

E se a música produzida nas Minas Gerais tem vivido momentos de efervescência, é sorte nossa termos um espaço que se interessa e propaga o que de melhor o estado tem oferecido nos últimos anos. Para celebrar essa data tão importante, A Autêntica decidiu comemorar em grande estilo trazendo um dos maiores expoentes do rap nacional: o mineiro Djonga.


A cena rap mineira tem vivido, nos últimos anos, momentos nunca antes experenciados. Olhando em retrospecto, o sucesso alcançado por MCs como Flavio Renegado, via o álbum Do Oiapoque a Nova York, fez que com que os olhos do público e da crítica se voltassem à cena mineira. O abre alas promovido por Renegado fez com que as novas gerações do rap encontrassem seu espaço na cena musical.

Na esteira desse momento nasceu uma das maiores iniciativas da cultura hip hop, O Duelo de MCs, que celebrou 10 anos de existência em 2022. E foi justamente umas das crias desse movimento encarregada pela abertura da noite: Douglas Din.

Vencedor de duas edições do duelo, Din faz parte da nova geração de MCs mineiros que conseguem retratar a realidade de forma crua e direta. O set de foi composto por diversos singles lançados por Din, como o mais recente "Darko", e faixas como "Causa Mor", presente no elogiado álbum de mesmo nome de 2014. Durante a apresentação Douglas foi acompanhado por outros MCs de BH, como Vinijoe, demonstrando que a cena local está em constante ebulição e aberta a diálogos.

Com carreira iniciada em 2012, o rapper Djonga vem, a mais de 10 anos, num longo processo de evolução musical e conquista do público que resultaram no que ele é hoje: um dos maiores é mais respeitados MCs do país. Por volta da meia noite era chegada a hora do grande show e Djonga, como lhe é peculiar, entregou uma performance explosiva.


Acompanhado pelo parceiro e beatmaker Coyote Beats, durante pouco mais de uma hora, Djonga passou a limpo sua carreira, trazendo faixas de toda a sua discografia.


Aos gritos de "Uh é Djongador", o público que lotou as dependências da casa, cantou em uníssono faixas como "O Cara de Óculos", do disco Histórias da Minha Área (2020), "Hat-Trick", clássico presente em Ladrão (2019) e "Tôbem" e "Penumbra", ambas do álbum Dono do Lugar (2022). A última, inclusive, contou com a participação de Sarah Guedes.


Durante "Leal", faixa que verbaliza a importância do compromisso numa relação a dois, Djonga convocou os casais apaixonados para o palco, que dançaram ao som de uma das melhores canções do rapper que também presente em Ladrão. Relembrando os tempos que integrou o super DV Tribo, Djonga trouxe ao palco o duo Hot e Oreia que, literalmente, colocaram a casa abaixo.




Um show de Djonga foge dos parâmetros tradicionais do rap. Uma das maiores provas disso é que durante a apresentação era possível ver diversas rodas de mosh, tradicionais em shows de rock, mostrando que o público jovem de hoje é muito mais aberto às mais diversas manifestações culturais e promovem diálogos e trocas entre tribos culturais e gêneros musicais.


O set seguiu com a sequência matadora de hits como "Finanças" (que cita "Rap da Felicidade" de Cidinho e Doca), "Hoje Não", "Bala Fini", "Ufa" e "Eu Não Sou Tão Bom Assim" (parceria de Delacruz, Djonga e Filipe Ret). No fim, Djonga falou abertamente sobre a importância de espaços com A Autêntica, cravando que é preciso que o público de BH tenha mais acesso à cultura e que é necessário valorizar artistas locais, sejam grande ou pequenos. As faixas "Olho de Tigre" e "O Mundo é Nosso" encerram a noite de gala em que o rap mineiro foi celebrado, numa das casas de shows mais promissoras do país.




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