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Marisa Monte estreia Phonica em BH, sua turnê mais desafiadora

Mesclar a música popular ao erudito é o argumento por trás de Phonica, projeto que leva aos palcos do Brasil o repertório de Marisa Monte embalado em arranjos orquestrais que transbordam sofisticação. A turnê começou em Belo Horizonte e prevê outras cinco capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Brasília e Porto Alegre.


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É esperado que um show dessa magnitude tenha potencial para arrastar multidões. Por isso, a agenda do projeto prevê o uso de espaços abertos em detrimento a teatros limitados. O show ao ar livre, ao mesmo tempo que confere novas proporções estéticas e atende ao propósito do acesso ao grande público, adiciona uma camada muito bem-vinda de interação com o meio ambiente. Para a estreia de Phonica, a escolha em Beagá foi o já consagrado Parque Ecológico da Pampulha, espaço acostumado a receber anualmente dezenas de artistas e festivais musicais.


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Foi em clima ameno e com ameaça de chuva que mais de 25 mil pessoas se reuniram em duas datas para celebrar a obra de Marisa Monte em um espetáculo que ficará marcado pela grandiosidade. Phonica trouxe para a capital mineira um show tecnicamente desafiador, além do óbvio potencial artístico e histórico, e foi executado à perfeição.


Com figurino rosa e flores no cabelo, Marisa Monte entrou no enorme palco transbordando personalidade e leveza. Acompanhada por sua banda (com Dadi, muito aplaudido, Pupillo, Alberto Continentino e Pedrinho da Serrinha) e pela orquestra de 50 músicos, a artista abriu a noite com “Vilarejo”, levando a plateia instantaneamente à emoção.


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Revezando instrumentos e figurino, Marisa Monte desfilou clássicos de sua vasta carreira arejados e temperados com requinte de cordas, sopro e percussão. Dentre eles, “Ao Meu Redor”, “Amor I Love You”, “Beija Eu” e “Ainda Lembro”, além de músicas do grupo Tribalistas e peças de outros artistas que visitou ao longo de sua discografia como “Panis et Circenses” (Os Mutantes) e “Cérebro Eletrônico” (Gilberto Gil).


O cenário, composto por muita luz e um imponente telão (que reproduzia principalmente cenas do palco e da plateia), somado à presença da orquestra e banda, criaram uma atmosfera imponente e imersiva. Tudo funcionou perfeitamente e em harmonia, demonstrando que a equipe técnica também estava muito afinada com a proposta do show.


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Enquanto a camada sinfônica e os arranjos criados pelo maestro André Bachur davam um tom especial a cada música, Marisa Monte tomou conta do palco, cantando, tocando e se entregando à própria música. Quando se desprendia do pedestal, visitava cada canto do palco, arrancando gritos devotos de todas as partes do parque. À medida que o show evoluía, aumentava o coro, a emoção, os gritos mais íntimos e o calor do público, que nem a garoa conseguiu atrapalhar.


Lá pelas tantas, emergiu um coro contra a anistia e Marisa não se fez indiferente. Como era de se esperar, celebrou a democracia brasileira para delírio dos envolvidos. E foi nesse clima de troca com a plateia que o show foi se aproximando do fim. Marisa Monte apresentou cada um dos naipes da orquestra, mas não sem antes pedir aplausos à equipe invisível responsável pelo sucesso da noite.


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O show encerrou com “Carinhoso” (Pixinguinha/Braguinha) que, se por um lado funcionou como um singelo abraço, por outro, conflitou com a euforia conquistada paulatinamente ao longo do encadeamento de tantos sucessos autorais. O público pediu bis e foi embora em procissão entoando o repertório durante todo o trajeto de pelo menos um quilômetro até a saída do parque.


Phonica é um daqueles shows obrigatórios para o público de todas as idades e, principalmente, para os fãs de carteirinha da artista pop mais querida da nossa música. É, ainda, um daqueles eventos que, parafraseando Suassuna, nos faz rever o uso corriqueiro de certos adjetivos que perdem sua essência vocabular. No caso de Phonica, ressignificou-se com louvor o que é popularmente tido como espetacular!



 
 
 

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