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Foto do escritorBruno Lisboa

Richie Ramone mantém vivo o legado dos Ramones

Os Ramones são, de maneira indiscutível, um dos maiores patrimônios do punk rock mundial, cuja a influência transcende o gênero em si. Porém, desde o fim do grupo, em 1996, uma dúvida pairou no ar quanto a quem seriam os responsáveis por dar continuidade ao legado da influente banda. A morte, nos anos subsequentes, de membros da formação original como Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy colocaria a questão ainda mais em evidência.


Homenagens diversas, como o bom disco We're a Happy Family: A Tribute to Ramones, têm pipocado desde então, mas, de forma geral, quem tem conseguido segurar a bronca de levar adiante a história dos Ramones (para gerações de ontem e de hoje) são os ex-integrantes da banda como Marky, C.J. e Richie. Regularmente, os três tem feito turnês mundiais celebrando as diversas fases do grupo.


Fotos: Bruno Lisboa

Em sua segunda passagem por Belo Horizonte, Richie Ramone realizou no Underground Black Pub uma apresentação memorável, com a maestria de quem está na estrada há décadas e sabe como é fazer um bom show punk. A noite ainda contou com a abertura da Dops, banda icônica e veterana da cena hardcore local, a sensação do metal mineiro Tantum e o grupo Spunks, cuja proposta é prestar homenagem a bandas clássicas do punk/hardcore.


O evento foi uma realização da MS BHZ, produtora especializada em shows nacionais e internacionais voltados ao metal.





Smash You


Richie Ramone fez parte da banda entre 1983 a 1987. Durante o período o baterista gravou três discos: Too Tough to Die (1984), Animal Boy (1986) e Halfway to Sanity (1987), trabalhos que, se não representam a melhor fase dos Ramones, ainda sim trazem boas faixas.


Após sua saída, o músico lançou três álbuns solos. O último deles, Live to Tell, foi lançado este ano e tem recebido elogios por parte da crítica e do público.



Alternando entre a bateria (instrumento que tocou no período em que fez parte dos Ramones) e o microfone, Richie fez uma enérgica apresentação, trazendo à tona não só o repertório presente nos três discos que gravou e compôs junto ao grupo, mas também clássicos inevitáveis que marcaram a trajetória da banda e faixas de sua carreira solo.


Da sua fase na banda nova-iorquina Richie resgatou canções como a instrumental "Durango 95", que abriu a noite, "Animal Boy", "I Wanna Live", "Howling at the Moon", "Wart Hog", "Chasing the Night", "Smash You", "I Know Better Now" e "Somebody Put Something in My Drink". As três últimas, inclusive, são composições do próprio baterista.


No hall dos clássicos que não poderiam faltar vieram faixas como "Sheena is a Punk Rocker", "I Believe in Miracles", "Blitzkrieg Bop", "Teenage Lobotomy" e "Rockaway Beach" que foram entoados pelo pequeno público presente, tal e qual os cânticos de torcidas organizadas. Inclusive um bandeirão, com o logo dos Ramones, foi hasteado durante a apresentação.


Clare Misstake is a Headbanger


Ao vivo Richie é acompanhado por um trio, mas quem também ganhou ares de protagonismo durante a apresentação é a baixista Clare Misstake.


A musicista londrina tem em seu currículo a participação em bandas autorais como a AntiProduct e a NoiZee, mas também já fez parte de um grupo feminino que tinha como repertório tocar clássicos do Ramones (The Ramonas).



Ao vivo, Clare toca seu instrumento de maneira feroz e tecnicamente impecável, resultando numa performance enérgica e explosiva. Carismática, ao final da apresentação ela foi de encontro ao público, assim como Richie Ramone, para conceder autógrafos e tirar fotos.


Conclusão


Richie Ramone consegue manter vivo, tanto em suas apresentações como em disco, o legado de uma das bandas mais importantes do século passado. E o público mineiro teve a rara oportunidade de ver de perto um ícone que, mesmo após 40 anos de estrada, segue entregando bons shows mundo afora.


Acompanhado por uma senhora banda de apoio, a apresentação seguiu a fórmula tradicional dos shows clássicos de punk rock, que primam pela energia em estado bruto, seja dentro ou fora dos palcos.





Avaliação Final


Apesar do público reduzido, a escolha pelo Underground Black Pub foi das mais acertadas. Atualmente, a casa tem umas das melhores infraestruturas da cidade e abrigou o público de forma plena, sem intercorrências. Os shows ocorreram conforme o planejado, sem atrasos ou problemas no som.














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