“Diversão
É solução sim
Diversão
É solução pra mim”
A letra da música dos Titãs, composta por Nando Reis e Sérgio Britto, parece ser o mote que orienta o atual momento da carreira de Samuel Rosa. Semanas depois de o Skank ter feito seu show de despedida no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, Samuel já está de volta aos palcos, no Festival Sátira, que aconteceu no último dia 13 de maio, na Lagoa dos Ingleses, com uma nova banda, para o pontapé inicial de uma nova fase de vida que talvez nem ele saiba onde vai chegar.
Por isso mesmo, a ordem agora parece ser mesmo se divertir em cima do palco. E os convidados iniciais para esta festa são os músicos que agora o acompanham: Doca Rolim, na guitarra; Alexandre Mourão, no baixo; Marcelo Dai, na bateria; Pedro Pelotas, nos teclados; Pedro Aristides, no trombone e Vinicius Augustus, no saxofone. Com uma nova banda (ainda que Doca, Vinicius e Pedro Aristides já fossem músicos contratados para os shows do Skank), Samuel Rosa se permite, neste momento, fazer o que quer no palco. Sem pressões de mercado, mídia e até mesmo de repertório, o novo show é mesmo uma forma de o músico saciar sua vontade de tocar e, ao mesmo tempo, ir moldando um futuro que, em algum momento, vai incluir canções inéditas.
Por enquanto, Samuel Rosa, como não poderia deixar de ser, faz um show recheado de canções do Skank. Ele mesmo ironizou isso durante o show, dizendo que, ao ser perguntado sobre qual seria o novo repertório, respondeu: “um pout pourri de Pato Fu e Jota Quest”. Brincadeiras à parte, é bem provável que Samuel, até o fim de sua vida, vá tocar “Vou Deixar”, “Resposta”, “Saideira”, “Garota Nacional”, “Tão Seu”, “Te Ver” e “Dois Rios”, como neste show, mas aos poucos abre espaço para um tempero que vai direcionando seu novo caminho.
Neste show, o tempero ficou por conta das versões de “Oba, Lá Vem Ela”, de Jorge Benjor; “Lourinha Bombril”, dos Paralamas do Sucesso; “I Can See Clearly Now”, de Johnny Nash; "My Girl”, dos Temptations; e “Wonderwall”, do Oasis, cantada ao lado de Vitor Kley, outra atração do Festival Sátira, além, claro, de “A Tal Canção Pra Lua”, que os dois gravaram juntos no disco Microfonado, de Kley. Os elogios de Samuel para Kley inclusive levam a crer que uma nova parceria, com novas canções, podem estar no horizonte dos dois. A conferir.
Dizem por aí que existem alguns fatores que colaboram para que boa música seja produzida. Um deles é o descompromisso. Se isso é verdade, Samuel Rosa tem uma carreira e tanto pela frente. Sem ter que provar nada para ninguém, o músico segue procurando um novo caminho, enquanto se diverte em cima dos palcos. E quem, entre nós, é capaz de recusar um pouco de diversão ao som dos clássicos do Skank?
Avaliação Final
O show de Samuel Rosa, por ser um apanhado de canções do Skank e algumas versões de artistas que o influenciaram, é diversão pura e oferece ao público o que ele procura, principalmente em um evento como o Festival Sátira: músicas conhecidas, para cantar e dançar de forma despretensiosa, executada por uma banda mais do que afiada.
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